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Revolução nos hábitos de consumo impacta estratégias das empresas

O cenário do mercado global está sendo moldado por uma revolução silenciosa impulsionada pela mudança de hábitos de consumo dos clientes. O desejo por escolhas mais saudáveis está forçando gigantes empresariais a repensar suas estratégias. Empresas como Coca-Cola e Pepsi, que antes prosperavam com bebidas açucaradas, estão diversificando suas linhas de produtos para atender a um consumidor cada vez mais preocupado com a saúde. Este artigo explora como essas empresas estão se adaptando a essa tendência, os desafios enfrentados por aquelas que não o fazem e estratégias essenciais para o sucesso em meio a essa mudança de paradigma. Com insights de especialistas e sugestões de leitura, mergulhamos na transformação do mercado à medida que as empresas buscam atender às expectativas de um consumidor mais consciente e saudável.
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Mudanças nos hábitos e preferências dos consumidores em busca de alimentos mais saudáveis provocam uma revisão de estratégias das empresas. Grandes corporações, como Coca Cola e Pepsi, que durante décadas prosperaram com bebidas açucaradas, são forçadas a diversificar suas linhas de produtos para atender a esse novo perfil. Pesquisa realizada pela Nielsen em 2020 revelou que 47% dos consumidores globais estão dispostos a pagar mais por produtos saudáveis.

Empresas como Coca Cola e Pepsi, líderes no mercado de bebidas açucaradas, não permaneceram alheias a essa mudança de cenário. Elas reconheceram a necessidade de se adaptar e diversificaram suas linhas de produtos. A Coca Cola, por exemplo, lançou uma variedade de bebidas com baixo teor de açúcar e até mesmo adquiriu marcas de água engarrafada, como a SmartWater. A PepsiCo expandiu sua oferta para incluir lanches mais saudáveis, como aquisições da Quaker Oats, da Gatorade e da Bare Snacks. A Pepsico é dona também da marca Toddy. Até pouco tempo era dona da Mabel, em Aparecida de Goiânia (GO), que vendeu à Camil Alimentos.

Além da Coca-Cola e da Pepsi, várias outras empresas redefiniram suas estratégias para se adaptar ao novo perfil do consumidor preocupado com a saúde e hábitos mais saudáveis e sustentáveis. Aqui estão algumas delas:

McDonald’s: O gigante de fast-food introduziu opções mais saudáveis em seu menu, como saladas, wraps e lanches com menor teor de gordura. Além disso, comprometeu-se a reduzir o uso de antibióticos em sua cadeia de suprimentos de carne.

Nestlé: A transnacional suíça reformulou muitos de seus produtos para reduzir o açúcar, sal e gordura, e também investiu em marcas de alimentos saudáveis, como a Atrium Innovations, para se alinhar com as expectativas do consumidor.

Unilever: Uma das maiores empresas de bens de consumo do mundo, a Unilever tem trabalhado na redução do impacto ambiental de seus produtos e adquiriu marcas com foco em alimentos naturais e sustentáveis, como a Ben & Jerry’s e a Seventh Generation.

Amazon: A multinacional de tecnologia diversificou seus negócios para incluir aquisições como a Whole Foods, uma rede de supermercados focada em produtos orgânicos e saudáveis. Isso permitiu à Amazon entrar no mercado de alimentos saudáveis e orgânicos e, de quebra, testar em larga escala as tecnologias para logística e distribuição que havia desenvolvido nos últimos anos.

Kellogg’s: Conhecida por seus cereais matinais, a Kellogg’s expandiu seu portfólio para incluir alternativas mais saudáveis, como iogurtes e lanches à base de plantas.

Danone: A Danone tem se concentrado em alimentos e bebidas saudáveis, com marcas como Activia e Evian. Eles têm priorizado a nutrição e a sustentabilidade em suas estratégias de negócios.

Essas empresas ilustram a tendência geral de adaptação às mudanças nos hábitos de consumo, seja reduzindo ingredientes prejudiciais à saúde, introduzindo produtos mais saudáveis, investindo em sustentabilidade ou diversificando seu portfólio para atender a um público mais consciente. Essas ações são essenciais para a sobrevivência e o sucesso no mercado em evolução.

Deixados para trás: quem “naufragou” na onda da mudança

Muitas organizações não conseguiram se adaptar à onda das mudanças no perfil do consumidor ou mesmo da tecnologia. Veja alguns casos emblemáticos:

Blockbuster: A outrora gigante dos aluguéis de vídeo não conseguiu se adaptar ao surgimento do streaming de vídeo e do aluguel online. A empresa faliu em grande parte devido à sua resistência em abandonar o modelo de negócios de aluguel de DVDs em lojas físicas.

Kodak: A Eastman Kodak Company, uma das líderes da indústria de fotografia e filme, não conseguiu se adaptar à era da fotografia digital. A empresa enfrentou uma grave crise financeira e buscou a proteção do Capítulo 11 (recuperação judicial prevista na lei de falências dos Estados Unidos) devido à sua incapacidade de inovar.

Toys “R” Us: Uma das maiores redes de lojas de brinquedos, a Toys “R” Us não conseguiu se adaptar à concorrência online e às mudanças nos hábitos de compra dos consumidores. A empresa entrou com pedido de falência e fechou várias de suas lojas.

Blackberry: Anteriormente líder no mercado de smartphones, a Blackberry não conseguiu competir com a ascensão do iPhone e dos dispositivos Android. Sua falta de inovação e resistência em adotar sistemas operacionais modernos levou a uma perda significativa de participação de mercado.

Nokia: Uma das principais fabricantes de telefones celulares do mundo, a Nokia também foi superada pelo surgimento de smartphones baseados em Android e iOS. A empresa posteriormente vendeu sua divisão de dispositivos e serviços à Microsoft. A HMD Global é a atual detentora da marca Nokia.

Esses casos destacam a importância da adaptação e inovação contínua para as empresas, pois a não conformidade com as mudanças nos hábitos de consumo e no mercado pode resultar em consequências drásticas, incluindo falência e declínio. A capacidade de antecipar, abraçar e se adaptar a essas mudanças é essencial para a sobrevivência a longo prazo no mundo dos negócios.

O que os especialistas recomendam

Simon Sinek: é um autor e palestrante motivacional conhecido por seu livro “Start with why” (“Encontre seu porquê“). Ele argumenta que as empresas bem-sucedidas são aquelas que entendem o “porquê” de sua existência e conseguem alinhar seus valores com os valores dos consumidores.

Marion Nestle: Marion Nestle é uma renomada nutricionista e autora de livros como “Food politics“. Ela oferece insights valiosos sobre as questões da indústria alimentícia, incluindo como as empresas podem atender às demandas dos consumidores por alimentos mais saudáveis.

Há ainda algumas leituras recomendadas sobre o tema:

“The Lean Startup”, de Eric Ries: Este livro, traduzido no Brasil como “A startup enxuta“,  usa uma abordagem ágil e inovadora para o desenvolvimento de produtos e a criação de empresas, enfatizando a importância de ouvir e responder às necessidades dos clientes em constante mudança.

“Good to Great”, de Jim Collins: Neste livro, traduzido no Brasil como “Do bom ao excelente“, Collins analisa empresas que fizeram a transição de boas para excelentes e destaca a importância da liderança, da cultura corporativa e da adaptação às mudanças no mercado. Ele é coautor do clássico “Feitas para durar: práticas bem-sucedidas de empresas visionárias”.

“The Innovator’s Dilemma”, de Clayton Christensen: Neste livro, traduzido no Brasil como “O dilema da inovação“, Christensen discute por que empresas de sucesso podem fracassar quando se trata de inovação e como as empresas podem evitar a armadilha da complacência.

Conscious Capitalism“, de John Mackey e Raj Sisodia: Os autores argumentam que as empresas que adotam uma abordagem consciente, focada no propósito e em criar valor a longo prazo, são mais propensas a prosperar em um mercado em constante evolução.

Marketing 4.0 de Philip Kotler: Renomado especialista em marketing, Kotler discute como o marketing deve se adaptar ao mundo digital e ao novo comportamento do consumidor, incluindo a busca por produtos mais saudáveis e sustentáveis.

Esses especialistas oferecem perspectivas valiosas sobre como as empresas podem se adaptar com sucesso às mudanças nos hábitos de consumo, bem como insights sobre estratégias eficazes e melhores práticas para enfrentar os desafios desse ambiente em constante transformação.

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