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“Elevador social” quebrado? No Brasil, quem nasce pobre morre pobre

Pessimista o título, não é? Sim. E não, a considerar um relatório sobre mobilidade social elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A organização com 38 países membros, fundada em 1961 para estimular o progresso econômico e o comércio mundial, identificou no Brasil os chamados “pisos pegajosos” que impedem as pessoas de subirem na vida. Além disso, apontou um risco substancial para os lares de renda média: deslizar para rendas baixas e pobreza, ao longo de seu ciclo de vida.

A OCDE calcula que, levando em conta a mobilidade de uma geração para a próxima, bem como o nível de desigualdade no Brasil, podem ser necessárias nove gerações para que crianças nascidas em uma família de renda baixa no Brasil alcancem a renda média. A média dos países da organização é de cinco gerações.

Para destravar o “elevador social”, a OCDE sugere ao país adotar três grandes estratégias:

1. Melhorar a eficácia do gasto público, especialmente em educação e saúde, direcionando-o preferencialmente para os mais necessitados.

2. Melhorar o acesso ao ensino fundamental e sua qualidade. Segundo a OCDE, adultos, particularmente os desempregados, devem ser admitidos no Pronatec, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, que concede bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de grau técnico e de formação inicial e continuada.

3. Melhorar a redistribuição, usando recursos resultantes de possíveis reformas de impostos para aumentar os gastos sociais em programas de apoio aos mais vulneráveis.

O relatório indica que a falta de mobilidade ascendente resulta em muitos talentos perdidos, “o que prejudica o crescimento econômico potencial. Também reduz a satisfação com a vida, o bem-estar e a coesão social”, acrescenta.

Veja o relatório da OCDE.

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